quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Le Tissier e a lealdade por um clube

Muitos elogiam as fantásticas carreiras de Paul Scholes e Ryan Giggs, que reservaram seu talento aos Red Devils. Uma atitude nobre, digna de todas as homenagens que o clube poderá oferecer quando a dupla se aposentar. No mundo do futebol onde o dinheiro é cada vez mais o guia das atitudes de dirigentes, jogadores, técnicos e todos envolvidos no esporte bretão, isso se torna cada vez mais difícil de ser encontrado.

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Nem todos conhecem uma história ainda mais leal, de um jogador de talento único, mas “penalizado” por sua escolha. Matthew Le Tissier marcou gols antológicos, sempre presentes em compilações dos mais bonitos da história. Um meia-atacante habilidoso, com visão de jogo fantástica, que finalizava com uma precisão ímpar e tinha uma incrível capacidade de bater pênaltis – só errou um em toda sua carreira. Segundo ele, “nunca precisou correr muito, pois fazia a bola correr por Le-Tissierele”.

Le Tissier foi o primeiro meia a ultrapassar a marca de 100 gols na Premier League. Foram 162, no total, em 443 partidas com a camisa do… Southampton. Sim, o craque cobiçado por todos os grandes times  ingleses – e também pelos estrangeiros – nunca aceitou sair do seu clube de coração, por mais vantajosas que pareciam ser as cifras milionárias e a perspectiva de jogar em grandes esquadrões.

“Le God”, como era apelidado pela torcida dos Saints, foi o primeiro jogador nascido nas Ilhas do Canal, território britânico localizado na costa da França, a vestir a camisa do English Team. Foram apenas oito convocações para a seleção principal. Le Tissier nunca jogou uma Copa do Mundo, apesar de ter sido especulado como possível convocado em 1998.

Foram 16 anos de carreira dedicados Matt_280x390_550559aao Southampton. O segundo maior artilheiro da história do clube. No final da temporada 2001-2002, atrapalhado por seguidas lesões, se aposentou aos 33 anos, quando ainda tinha muito para mostrar.

Em 2010, o meia Xavi, do Barcelona, afirmou que Le Tissier foi um de seus ídolos de infância, pela maneira como enfileirava adversários sem precisar correr, “simplesmente passava entre eles”. Mas Xavi teve a “sorte” de ser criado em um clube espetacular, campeão de tudo o que já disputou, além de ter sido campeão mundial pela sua seleção. Le Tissier nunca teve isso. Para o Deus de Southampton, o que importava era o amor ao clube.

2 comentários:

  1. pqp! o cara só chutava no angulo!? é isso?! e que facilidade para acertar a meta!

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  2. A história pode ser comparada com a do Gerrard. Mesmo o Liverpool fazendo parte do Big Four Inglês, o time teve altos e baixos (mais baixos do que alto nas últimas décadas) e mesmo assim continuou no clube que o lançou e jogando muito bem.

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