De "Hart Attack" a "Lion Hart" em White Hart Lane

Tottenham e Manchester City jogaram neste sábado, 14 de agosto, pela abertura do torneio mais tradicional do mundo, a English Premier League. Embora o zero não tenha saído do placar, o jogo foi um grande começo para a temporada, com lances eletrizantes e direito a um herói: o goleiro Hart.

Os dois times que no último campeonato disputaram ponto a ponto a vaga na Champions League (com o Tottenham a conseguindo) entraram em campo querendo voos mais altos em 2010-11. De um lado, o entrosado time dos Spurs, muito bem dirigido por Redknapp; do outro, os Citizens com suas aquisições milionárias, sob o comando de Mancini.

O primeiro tempo começou corrido e com faltas para ambos os lados. A primeira chance do jogo foi dos Sky Blues, aos 6 minutos. Yaya Touré fez bom passe para Wright-Philips na área, que isolou. A partir daí só deu Tottenham no primeiro tempo. Aos 8, falta pelo flanco direito: Bale cruza no segundo poste e Crouch cabeceia para a primeira defesa importante de Hart no jogo, colocando para fora. Três minutos depois, Lennon faz boa jogada e coloca a bola na área pelo alto, Crouch amortece de cabeça e Defoe gira chutando para incrível defesa de Hart.

Os Spurs ao perceberem que estavam melhores no jogo, começaram a pressionar cada vez mais a saída de bola adversária - com isso, os Citizens não conseguiam nem sequer passar do meio de campo. O Tottenham estava sufocando e criando grandes chances.

Aos 16 minutos da partida, Huddlestone emendou de primeira após soco de Hart pra aliviar uma cobrança de escanteio. O goleiro se recuperou e fez grande defesa. No minuto seguinte, foi a vez de Assou-Ekotto - que teve excelente exibição - colocar o jovem arqueiro para trabalhar ao acertar chute de muito longe, que desviou nas costas de Kolo Touré e morreria no ângulo esquerdo se não fosse pela intervenção de mão trocada do grande nome do jogo.

Com 30 minutos de partida, Bale recebeu passe pela esquerda, fintou Richards e fez a bola explodir na trave. O rebote caiu no pé de Lennon que rematou, mas encontrou pelo caminho a barriga de Kompany.

O City teve sua melhor chance na primeira metade da partida aos 38: Yaya Touré - que comandava as ações do meio de campo e tentava organizar o time - arriscou chute de muito longe. Gomes se atrapalhou um pouco, mas acabou por conseguir encaixar a bola.

Os times foram para o intervalo após uma etapa de amplo domínio dos Spurs, que chegaram a ter quase 70% de posse de bola e não estavam vencendo por conta da inspiração do goleiro adversário.

Mancini acertou a marcação para o segundo tempo: encurtou os espaços dos alas e impediu as tabelinhas entre Defoe e Crouch. Com isso, os Citizens cresceram na partida e logo no primeiro minuto tiveram grande chance de abrir o marcador.

Wright-Philips recebeu passe completamente sozinho, mas pareceu que não tinha voltado do vestiário ainda, pois demorou tanto que permitiu a recuperação de Ekotto.

O City conseguiu equilibrar as ações, mas o Tottenham era perigoso nos contra-ataques. Aos 62, Lennon passou por Zabaleta e cruzou para Crouch, que cabeceou torto para fora.

Redknapp trocou sua dupla de ataque - tirou Crouch e Defoe para a entrada de Keane e Pavlyuchenko - para tentar ganhar o jogo, mas as mudanças não mudaram muito o panorama da partida.

A última grande chance do jogo aconteceu aos 83 minutos: arrancada de Gio dos Santos (que entrara no lugar de Lennon), tocando para Pavlyuchenko na ponta direita; o atacante centrou a bola, a defesa desviou e ela sobrou limpa na marca de pênalti para Bale. O ponta emendou de perna direita (que não é a boa) e jogou na arquibancada.

O árbitro Andre Marriner apitou pela última vez e o zero ficou intacto no placar, apesar da grande partida.

Quem deve estar sorrindo sem parar é Fabio Capello, que talvez tenha, enfim, encontrado o goleiro ideal para o English Team