Enfim, um sábado de Premier League

A Premier League teve um dia de abertura emocionante. Duas goleadas, uma partida resolvida nos últimos minutos e bons jogos até quando o marcador não saiu do zero absoluto.

O Chelsea lidera depois de golear impiedosamente o West Brom por 6 a 0, em partida que mais parecia um treino de luxo para os atuais campeões. Mais uma vez, Drogba fez a diferença. Um hat-trick logo na primeira partida é um feito louvável. O atacante mostrou estar na sua forma habitual, batendo faltas com precisão e mostrando faro de gol. Malouda, jogador importantíssimo para o esquema de Ancelotti, deixou sua marca em duas oportunidades – Lampard também marcou o seu. A principal dificuldade dos Blues na temporada será equilibrar a disputa da Premier League com o sonho da Champions.

A surpresa ficou por conta da outra goleada. O Blackpool, que faz sua estreia na Premier League, foi até o DW Stadium enfrentar o Wigan. Para muitos, o empate já seria heróico, mas os Tangerines terminaram a primeira etapa com três gols no marcador, dois deles do estreante Harewood, dispensado pelo Aston Villa. O tento de Bauptiste fechou o 4 a 0 histórico. Claro que a fragilidade defensiva do Wigan ajudou e muito, mas fica a expectativa se o Blackpool conseguirá repetir a atuação e ser uma boa surpresa na Premier League.

O Aston Villa era uma verdadeira incógnita antes da partida contra o West Ham. A demissão do treinador Martin O’Neill durante a semana e as iminentes saídas de James Milner e Ashley Young dificultavam qualquer previsão para a estreia. O primeiro chegou a ser vaiado no início, mas simplesmente comandou o meio-campo dos Villans, ditando o ritmo e mostrando seu repertório de jogadas. Foi dele, inclusive, o belo gol que fechou a vitória por 3 a 0 – Downing e Petrov marcaram os outros. Quando substituído, foi aplaudido de pé pelos mesmos torcedores que pensaram em hostilizá-lo. O Villa é forte. Se contratar um bom treinador, pode garantir o seu já costumeiro sexto lugar e a vaga na Liga Europa.

O jogo de abertura foi um dos 0 a 0 da rodada, mas não chegou a ser chato. Muito pelo contrário. Se não fosse a sensacional atuação de Joe Hart, goleiro do Manchester City, o bom time do Tottenham teria goleado. Shay Given, que foi reserva hoje, já admitiu que seu lugar não é no banco. Mas, perante as atuações de Hart na pré-temporada e no jogo de estreia, será difícil para o irlandês reconquistar seu lugar. O City precisa encontrar logo o entrosamento. A qualidade do elenco é indiscutível.

 

Quem decepcionou foi o Sunderland, que começou muito bem o duelo contra Birmigham. Bent abriu o placar, de pênalti, e tudo parecia favorecer os Black Cats. Até que Cattermole – com perdão do trocadilho –, deu mole e foi expulso, após receber o segundo amarelo. O Sunderland ainda marcou o segundo com Carr (contra), mas a desvantagem numérica foi visível no segundo tempo, e o burocrático time do Birmingham conseguiu o empate com Dann e Ridgewell – esse aos 89 minutos. Dois pontos preciosos perdidos pelo Sunderland, que sonha em ser a sensação da temporada.

Nos outros três jogos do dia, poucas histórias para se contar. O Blackburn venceu o Everton por 1 a 0, gol do jovem Kalinic. O Wolverhampton fez favorecer o fator campo e chegou a abrir 2 a 0 contra o Stoke City, uma das surpresas da última temporada. Faye ainda descontou, mas os pontos ficaram com os Wolves. Por último, o chato 0 a 0 entre Bolton - e seu futebol pragmático - e o Fulham, que tem potencial para jogar muito mais do que mostrou hoje.

Assim terminou o primeiro dia na Premier League. As expectativas estão voltadas para o primeiro clássico da temporada, nesse domingo. Liverpool e Arsenal se enfrentam em uma partida sem favoritos. A favor dos Reds, a força de Anfield e sua esperançosa torcida. Ao lado dos Reds, o entrosamento da equipe, fator que seu rival ainda busca depois das mudanças de verão.