E vai começar a Premier League!

A espera acabou. A ansiedade também. A partir desse sábado, a bola rola para uma das melhores – se não a melhor – ligas nacionais do planeta. Mas o que mudou em relação a temporada anterior?

O Chelsea, atual campeão, entra como principal favorito – apesar do objetivo principal ser a Champions League. O elenco é de primeiríssima linha. Se livrou de jogadores que pouco produziram na última temporada – casos de Deco, Belletti, Joe Cole e Ballack – e contratou outros que tornarão a equipe mais dinâmica. Ramires é um deles. O meia ex-Cruzeiro encaixará como uma luva no esquema de Ancelotti, que já afirmou ser fã do futebol do brasileiro. Benayoun não é do tipo que faz a diferença, mas será útil para compor elenco. Fora os que ainda podem chegar, como Neymar e David Luiz – que cobriria a saída de Ricardo Carvalho para o Real Madrid.

O principal concorrente é, mais uma vez, o Manchester United, que travou belo duelo com os Blues na última temporada. A chegada dos ótimos Chicharito Hernández e Chris Smalling dão um ar de juventude que empolga o torcedor. A velocidade de Nani, Valencia e Park, aliada à inteligência e experiência de jogadores como Carrick, Scholes e Giggs se mantêm nesta temporada. Por sinal, Giggs afirmou que o atual elenco é o melhor dos seus mais de 20 anos como Red Devil. Quando Rooney recuperar a forma perdida às vésperas da Copa do Mundo, veremos se a afirmação do galês será provada com títulos.

  O Arsenal de Arsène Wenger segue com sua política “pé no chão” e apostando em jovens valores. O jovem Wilshere tem tudo para desabrochar nessa temporada. A contratação de Chamakh, ótimo centroavante que veio do Bordeaux, é uma boa alternativa aos problemas de relacionamente entre Bendtner e a bola. A diretoria conseguiu travar o assédio do Barça e Fàbregas permanece na equipe, mas não sabemos se a cabeça do jogador estará no Emirates ou na Catalunha. O ponto fraco segue sendo a retaguarda. Os goleiros não são confiáveis e a zaga foi desmantelada com a saída dos “vovôs” Campbell, Silvestre e Gallas. A chegada de Koscielny, que falhou nos amistosos de pré-temporada, está longe de ser um alívio para os Gunners.

Enquanto isso, o Liverpool se prepara para reconquistar a confiança do torcedor, perdida após a pífia campanha na última temporada. A chegada do ótimo Roy Hodgson e a contratação de Joe Cole deram uma animada. O jogador chega motivado para mostrar que ainda tem o seu valor. A sua primeira partida oficial, contra o Rabotnicki, pela Liga Europa, foi um belo cartão de visitas. Jovanovic e Poulsen chegam para compor elenco. O mais importante mesmo foi a permanência de Gerrard e Fernando Torres, pilares da equipe. O que pode atrapalhar é a especulação em torno da venda do clube, que impede de fazer novas contratações.

E de Manchester, uma nova força impulsionada pelas petrolibras promete chamar a atenção. Ninguém contratou melhor – e mais – que o Manchester City. Vieram Yaya Touré, Jerome Boateng, David Silva, Kolarov e, agora, Balotelli – James Milner pode ser anunciado a qualquer momento. Fora Tévez, Barry, Kolo Touré, Robinho, Richards e outros que já pertenciam aos Citizens e que são de muita qualidade. Mas dois problemas podem atrapalhar o rendimento da equipe: a falta de tempo para preparação e a quantidade de estrelas para poucas vagas – o que o Real Madrid nos ensinou que não costuma dar certo.

Além dos cinco, três equipes prometem chamar a atenção: Tottenham, Fulham e Aston Villa. O primeiro fez uma temporada fantástica e está na Champions League. Sandro foi a única – e pontual – contratação. O Fulham chegou à final da Europa League, perdeu Roy Hodgson para os Reds, mas respondeu com o bom Mark Hughes, que já estreou goleando o Werder Bremen por 5 a 1, em amistoso. O Aston Villa tinha tudo para entrar com força na Premier League, mas a demissão de Martin O’Neill e as possíveis saídas de Milner e Ashley Young às vésperas do início, vão atrapalhar.

No meio de tabela, o destaque deve ser o Sunderland, que conseguiu bons empréstimos que reforçarão uma base já construída na última temporada. West Ham, Wigan, Stoke City, Everton e o recém-promovido Newcastle – com a força de sua torcida – também estarão por ali.

Diante da força de seus concorrentes, Blackpool, Bolton, West Brom, Birmingham, Wolverhampton e até o Blackburn não terão muito o que sonhar nesta temporada e devem se preocupar em evitar o descenso.

Apesar de não ter sido um verão de grandes investimentos na Inglaterra – tirando o Man City, claro –, a temporada tem tudo para ser uma das melhores dos últimos anos. O pontapé inicial será nesse sábado, logo com um jogão: Tottenham x Manchester City. Para quem gosta de futebol de qualidade, a Inglaterra abre suas portas.