Talento com um empurrãozinho da genética

Dois gols em quatro partidas na sua primeira Copa do Mundo, escolhido o melhor jogador na vitória contra a poderosa França, premiado como jogador mais rápido da competição (chegando a alcançar 35 km/h) e contratado por um dos clubes mais poderosos do mundo. Por si só, já é uma história interessantíssima. Mas isso é só um mês da vida de Javier “Chicharito” Hernández.

O mexicano se prepara para fazer sua estreia na Premier League, pelo Manchester United, e já chegou fazendo história – é o primeiro mexicano a vestir a camisa dos Red Devils. A vontade de Sir Alex Fergunson era aguardar um pouco mais para Chicharito ganhar experiência no Chivas, mas com o belo debute em Copas, a lista de interessados cresceu exponencialmente e o United não bobeou em pagar 6 milhões de libras por ele.

A vida futebolística de Hernández começou antes mesmo dele nascer. Seu avô, Tomás Balcázar, fez parte do histórico time do Chivas Guadalajara conhecido como campeonisimo, por ter ganhado oito campeonatos mexicanos em dez anos. Jogou a Copa do Mundo de 1954 com 22 anos, mesma idade que seu neto tinha na África do Sul. O pai do novo contratado pelo United – e genro de Balcázar – é Javier “el Chícharo” Hernández, atacante que fez sua carreira no Tecos e esteve na seleção  mexicana que alcançou as quartas-de-final na Copa do Mundo de 1986. Tinha como “Chicharito” – diminutivo do apelido de seu pai – não ser um jogador de sucesso?

A diferença do jovem para seus familiares é que ele será o primeiro da família a ter a chance de jogar na Europa. Seu início de carreira, no Chivas, foi esplêndido, se tornando um dos principais jogadores da forte equipe, mesmo tão novo. Estará ele pronto para defender as cores e a tradição do Manchester United, onde pediu a camisa 14? Se a questão for genética, já sabemos a resposta.